Mapas Mentais e Conceptuais (MMC’s)

“Mind Map” e / ou “Concept Map”, do inglês, respetivamente, permitem a visualização de ideias, projetos e conceitos. Os primeiros, Mapas Mentais, foram desenvolvidos por Buzan (1996) e os segundos, Mapas Conceptuais, por Novak e Cañas (2008). Consiste na utilização de esquemas com recurso à linguagem textual organizada num certo contexto gráfico, com uma disposição em rede. São de fácil construção e permitem a transmissão de conhecimentos de forma clara e rápida. Os Mapas Mentais diferenciam-se dos Conceptuais uma vez que estes últimos evidenciam as relações – cross links – entre conceitos-chave / associação de ideias e entre causa / efeito de certos acontecimentos ou ações, com recurso a palavras ou expressões de ligação. Possibilitam, também, um melhor relacionamento de ideias. No entanto, a sua visualização poderá ter uma aparência algo confusa (Cañas, Reiska & Möllits, 2017).

Os MMC permitem uma abordagem criativa e inovadora que se constitui como ferramenta facilitadora dos processos de ensino e da aprendizagem, através de esquemas pedagógicos, uma vez que possibilitam a apresentação de ideias – mistura entre uma linguagem de texto e outra gráfica – e a organização, estruturação e representação de conhecimento, através de uma metodologia de formulação, análise, organização e apresentação. Na gestão de projetos interdisciplinares são gerados recursos assim como informação que necessita de ser gerida e partilhada. Os MMC’s apresentam uma grande flexibilidade, incluem conceitos, usualmente dentro de círculos ou retângulos, evidenciando as relações através de uma linha que liga dois conceitos. Os conceitos são representados de forma hierárquica com os conceitos gerais no topo do mapa e os mais específicos em baixo. A estratégia para se dar início à construção de um MMC poderá ser como resposta a uma questão (“questão foco” / primeiro conceito) de modo a que seja percebida uma determinada situação ou acontecimento. Outra das caraterísticas dos MMC’s é poderem ser sempre apresentados como inacabados. Ou seja, um MMC pode ser sempre revisto para posterior alteração. Os mapas conceptuais foram desenvolvidos em 1972 no decurso do programa de investigação de Novak em Cornell, tendo este procurado acompanhar e compreender as mudanças nos conhecimentos científicos das crianças (Novak & Musonda, 1991).

A reflexão continuada sobre a utilização de métodos, estratégias e recursos utilizados visando a sua melhoria permite aos docentes interrogarem-se sobre se as suas práticas de ensino estarão a ser eficazes. Têm que ter um sentido crítico e reflexivo sobre as mesmas. Surge assim, neste contexto, a possibilidade da estruturação de um determinado tema geral com o necessário contributo de cada uma das áreas que integram o plano ou o projeto. Esta transversalidade permite a consequente relação entre as diferentes áreas e a obtenção de uma visão geral do tema. Sobressai, neste contexto, o desenvolvimento de práticas interdisciplinares, em contrapartida àquelas práticas em que os intervenientes se limitam a reproduzir o conhecimento. A contribuição e enriquecimento de áreas disciplinares distintas permite aos alunos compreenderem melhor certos temas específicos. Ou seja, agora, os professores, e também os alunos, são protagonistas do processo de ensino e aprendizagem.

É importante que os docentes, de grupos disciplinares distintos, olhem para os conteúdos e consigam, em conjunto, arquitetar pedagogicamente as melhores formas de potenciar a sua apropriação por parte dos alunos, recorrendo a práticas de ensino e de aprendizagem inovadoras, nas quais os alunos se venham a sentir motivados por participarem na aquisição do conhecimento.